sábado, 27 de abril de 2013

Para consultar uma e outra vez




Um guia para jardins e hortas sem uso de químicos. Muito bem ilustrado e com muita informação útil, principalmente para principiantes.Este é uma edição de 1999, mas sempre actual.

À mão de apanhar, com cores bem alegres!


 
 
Floreiras de aromáticas junto à porta da cozinha, mesmo à mão de apanhar e utilizar nos cozinhados e chás: alecrim, lúcia-lima, coentros, sálvia, manjericão, tomilho e tomilho-limão. Num local solarengo e fácil de regar. Mais uma vez foi utilizada uma palete. Como as aromáticas desidratam com facilidade, a terra das floreiras foi coberta com casca de pinheiro, para manter a humidade e impedir que cresçam ervas daninhas. O substracto utilizado foi feito aqui, com o composto dos restos do jardim e da cozinha.
 

quinta-feira, 25 de abril de 2013



Uma outra variante do jardim zen miniatura, este criado para crianças (a base é uma palete forrada a plástico), com aromáticas, uma cabana feita de madeira e palha (feita pelo meu avó para guardar o presépio quando eu era criança), uma fonte, musgo, relva, animais de plástico, palha... a imaginação de cada um não tem limite. Peça a colaboração dos "miúdos" e façam um mini jardim que pode ir sendo alterado e acrescentado, e que cabe num pequeno espaço. Já não há desculpa para não ter um jardim mesmo que more num apartamento.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Atraia borboletas ao seu jardim

 






Buddleias (várias cores) e Lantanas camara (também de várias cores), são as 2 plantas cujas flores as borboletas preferem, embora se alimentem de muitas outras. As florações ocorrem na Primavera e no Verão. São plantas de folha perene, a buddleia de crescimento rápido, necessita de bastante rega no Verão. A Lantana sofre com o frio/geada, não é exigente com a água ou solo. A Lantana pode ser utilizada em sebes, aguentando bem podas e o ar marítimo.

Explosão de flores e aroma




 

 
 
Robinia (pseudoacácia), fica toda florida na Primavera (esta é branca, há outras cores). As suas flores são muito aromáticas e atraem abelhas. É considerada infestante porque as suas sementes, levadas pelo vento, propagam-se com imensa facilidade. Tem troncos rugosos e espinhos. Dando uma bela sombra no Verão, é de folha caduca quando chega o Outono.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

quarta-feira, 17 de abril de 2013




Outra trepadeira muito resistente, de crescimento rápido e de abundante folhagem, é a madressilva. As suas flores (comestíveis) têm um sabor doce a mel (daí os ingleses lhe chamarem honeysuckle) e um cheiro intenso e maravilhoso que atrai abelhas.
Este exemplar breve vai entrar em floração que se prolongará pelo Verão.

Protecção de olhares indiscretos


 Passiflora pinnatistipula, uma das muitas variedades de passiflora (o maracujá roxo é produzido por uma passiflora, a edulis). Óptimas para sebe por serem trepadoras vigorosas, de crescimento muito rápido e com floração prolongada. Não são exigentes em cuidados, nem em água, são no entanto sensíveis a ventos e a geadas, podendo no entanto regenerar-se a seguir (se forem podadas, limpas e adubadas).


segunda-feira, 15 de abril de 2013

Piscinas biológicas, o "banho natural"



Na ExpoJardim feira anual de jardinagem que teve lugar no passado mês, no Centro de Exposições da Batalha, comprei este livro no expositor Bio Piscinas, Lda.
Esta empresa, do Algarve, constrói piscinas biológicas em todo o país. Este livro foi escrito por uma bióloga (Ana Guimarães Ferreira) que tive o previlégio de conhecer, já lá vão muitos anos, onde nos explica "tudo o que há para saber" sobre este tipo de piscinas. Para além do texto, são também dela os belissimos desenhos que o acompanham. O livro tem também bastantes fotografias que ilustram todo o processo de construção e utilização das piscinas biológicas. Recomendo.

Pitósporos, planta para sebes


Os robustos pitósporos (há uma variedade anã), óptimos arbustos para maciços ou sebes, podem ser podados e topiados. São resistentes ao vento, à seca e ao frio. As suas pequenas flores brancas (Primavera) são muito aromáticas.
 

Finalmente bom tempo!




Pereiras em flor, foram plantadas há 2 anos, ainda não deram fruta.

 
 
Castanheiro da India em flor.
 

Pilriteiros (crataegus) em flor. As suas bagas são um regalo para as pequenas aves e deles também se faz licor.



sexta-feira, 12 de abril de 2013


Um dos excelentes guias de bolso do FAPAS (Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens).

"Árvores de Portugal e Europa".

315 páginas cheias de informação escrita e desenhos detalhados, de fácil consulta. A não perder





Quando chove, este amigo a quem chamamos Mr T, aparece no jardim.


Jardim Zen em miniatura. Banbus, azáleas e juniperos. Pedras de diferentes cores e vidro azul simbolizando água. Uma pequena brincadeira.



Hoje está sol e apetece sentar lá fora, aqui fica uma sugestão de almofada alegre e confortável, 45x45 cms. Custam 8,50€(+ portes de envio correio).




Apontamentos amarelos no jardim (até o gato é amarelo), loiças Bordalo Pinheiro. Almofadas 45x45 cms. 8,50€ (+ portes envio correio).

quarta-feira, 10 de abril de 2013





Mini jardim de suculentas numa parede virada a sul, com muita exposição solar como eles necessitam. Na parte inferior das floreiras foi colocada leca para melhorar a drenagem da água da chuva/rega, evitando o apodrecimento das plantas. Pode também ser feito com pequenas pedras, mas neste caso as floreiras iriam ficar muito pesadas e corriam o risco de se desprender da palete.

Os cistus são resistentes ao vento e ao frio e ficam floridos no Inverno/Primavera. As suas flores têm um suave e agradável perfume parecido com o do limão, que atrai abelhas. Podem crescer bastante senão forem podados. No Verão ter alguma atenção à rega.



Lampranthus para dar cor durante a Primavera/início do Verão. Em vaso ou para cobrir o chão, com flores de cores amarela, branca, lilás, laranja, rosa, avermelhadas. Um lindo tapete florido, muito resistente à seca, adoram sol. Quando não há muita luz solar e à noite, as flores fecham, abrindo de novo em todo o seu esplendor alegre quando o sol brilha.
É uma edição com alguns anos já (o que tenho é uma 2ª edição de 1998), mas que recomendo, é da Bertrand, os autores são Helder Carita e António Homem Cardoso, e o livro chama-se TRATADO DA GRANDEZA DOS JARDINS EM PORTUGAL.

segunda-feira, 8 de abril de 2013



Photinia, as folhas novas são vermelhas, depois mudam de cor para verde, em floração durante o Inverno/Primavera. Podem ser podadas em forma de árvores, sebes, são muito resistentes.


Banco feito a partir de paletes. A reciclagem a funcionar!

domingo, 7 de abril de 2013

“Alecrim, alecrim aos molhos, por causa de ti choram os meus olhos...”

O alecrim é conotado com a tristeza e, em certos países com o luto. Mas é também muito útil, este arbusto nativo da zona mediterrânica que prefere terrenos calcários, podendo ser encontrado um pouco por todo o lado, desde as orlas costeiras, a pinhais e serras, desde que o local seja soalheiro. Pode atingir 1,5 m de altura, tem folhas persistentes e pequenas flores em tons azuis e arroxeados, que aparecem no Outono.

As suas folhas, que devem ser colhidas no Verão e secas à sombra, têm as mais diversas utilidades: combatem dores de garganta e musculares, enxaquecas, são bactericidas, anti-parasitárias, anti-espasmódicas, anti-inflamatórias, estimulam a circulação de sangue (sobretudo para a cabeça, melhorando assim a capacidade de concentração e de memória, e estimulando o crescimento do cabelo), combate a hipotensão, a depressão e facilitam a digestão actuando sobre o fígado e sobre a vesícula.

São utilizadas em chá, em tinturas, em champôs, em sais de banho, em águas de colónia, em óleos e incensos. Também em diversos pratos de culinária são um bom tempero, não esquecendo o mel (atrai as fantásticas abelhas, mas repele os mosquitos irritantes).

Desde a antiguidade que é empregue em diversos rituais desde curas a cerimónias fúnebres, ou até nas nossas tradicionais procissões. Diz ainda a sabedoria popular que trazem sorte à casa, pelo que devem ser plantados no jardim, junto à porta ou portão principal.

Ana Isabel Pinto

Compostagem: Uma ementa para o solo.

A compostagem é um processo natural de reciclagem e significa a decomposição controlada de matéria orgânica, restos de plantas e animais, formando um produto final semelhante ao húmus, designado por composto.
Com a aparecimento dos fertilizantes químicos, a compostagem caiu em desuso, embora esta tendência se tenha invertido nos últimos anos devido aos efeitos criados no ambiente pelo uso excessivo de fertilizantes de síntese.
A compostagem beneficia o ambiente pela reciclagem que se faz da matéria orgânica, nomeadamente, da matéria proveniente da limpeza das florestas, na prevenção dos fogos.
Para além destes benefícios, há que ter em consideração que a reciclagem que se faz da matéria orgânica prolonga o “tempo de vida útil” dos aterros sanitários. Se considerarmos que cerca de 36% do volume total de resíduos é constituído por matéria orgânica, sendo esta proporção superior nos municípios rurais (dados da DGA, 1994), facilmente depreendemos que, a grosso modo, a proporção atrás mencionada incidirá directa ou indirectamente no aumento dos custos dispendidos no tratamento dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), donde provém a maior parte da matéria orgânica que é depositada diariamente nos aterros sanitários.
A compostagem é, portanto, um processo que para além de reduzir os custos no tratamento dos RSU, poderá ser uma das fontes de fertilizante natural para a valorização e enriquecimento dos solos agrícolas, pois a utilização do composto na fertilização dos solos, dá-lhes consistência, melhorando a textura, reduzindo o escoamento, a erosão e o crescimento de plantas daninhas.

Como se processa:
A duração e extensão do processo de compostagem depende dos seguintes factores:
· Matéria orgânica (O)
· Qualidade de área exposta
· Mistura
· Temperatura
· Relação Azoto/Carbono
· Água e Arejamento

Estes factores são importantes para que as bactérias, fungos e outros organismos que reciclam a matéria orgânica possam alimentar-se e sobreviver. Uma pilha de composto consiste, geralmente, em camadas de MO alternadas com solo. A pilha é normalmente preparada numa estrutura designada por compostor.
Existem diferentes métodos e modos de construção de compostores, dependendo do tempo e energia, do tipo de matéria orgânica adicionada e do espaço disponível para a sua instalação.

Construir um caixote de composto
Materiais:· Caixote de lixo com tampa com capacidade aproximada de 20 litros.
· Palha, serradura grosseira ou aparas de madeira.
· Rede de arame.

Ferramentas:
· Luvas de trabalho.
· Perfurador/ berbequim.
· Forquilha, pá.

Procedimento:
1- Faça três fiadas de furos de 10 a 15 cm de distância à volta do caixote. De seguida faça vários furos na base do caixote de composto. Os furos permitirão o movimento do ar e a drenagem do excesso de água. Deve colocar uma rede de arame no fundo do caixote e instalá-lo firmemente num solo com boa drenagem.

2- Coloque 5 a 7 cm de serradura grosseira, palha ou aparas de madeira, no fundo do caixote para absorver o excesso de água e deixar o composto drenar.

Este sistema não é o ideal, mas resulta, sendo melhor misturar a MO com frequência, para que a compostagem se processe convenientemente.
Coloque o caixote no jardim, num local abrigado e à sombra, colocando 5 a 7 cm de serradura grosseira ou aparas de madeira para construir a base da camada.
Recolha os restos de comida (vegetais ou fruta), borras de café , saquetas de chá, casca de batata, casca de ovos esmagadas, caroços de fruta e cereais. Podem também colocar palha, restos de plantas e folhas e ervas cortadas não muito verdes.
Os restos de cor castanha incluindo folhas, serradura e palha, fornecem Carbono. Restos de cor verdes, como os vegetais frescos fornecem Azoto. Geralmente, camadas alternadas de cor verde e castanha, com a mesma espessura fornecem essa relação.
Os restos de cozinha deverão ser adicionados na camada rica em Azoto. Após a sua adição, coloca-se uma fina camada de solo, serradura, palha e folhas, para absorção dos odores.
Corte os restos da cozinha e do jardim em pequenos pedaços e cubra com terra. Quanto mais pequenos estiverem os pedaços, mais depressa se dará a decomposição. Nunca se devem deixar os restos de cozinha no cima, pois podem atrair animais.
O conteúdo do caixote compostor deve ser revolvido diariamente com a ajuda de uma forquilha. Este procedimento, favorece o arejamento da mistura e fornece oxigénio às bactérias aeróbias, para que estas possam decompor a matéria orgânica evitando assim, o aparecimento de cheiros desagradáveis, podendo ou não adicionar-se água para assegurar os níveis de humidade adequados. Alimente o composto, não mais de uma ou duas vezes por semana. Feche sempre a tampa depois de o alimentar.
Se forem adicionados restos ácidos, como folhas de carvalho ou pilhas e agulhas de pinheiro, é necessário polvilhar a mistura com um pouco de sal em pó, de forma a neutralizar o Ph do composto.
Nos períodos húmidos, o caixote deve estar fechado. Nos períodos secos e sempre que os materiais colocados no caixote se apresentem secos, deve adicionar-se água, de forma a manter a humidade entre os 40% a 60%. A temperatura, por sua vez, deverá estar entre os 32ºC e os 65ºC. No Inverno a temperatura não deve descer além dos 20/30ºC e no Verão não deverá ultrapassar os 65ºC.
Para testar a humidade, retire uma mão-cheia do composto e aperte-o; se gotejar só uma ou duas gotas, ou deixar a palma da mão húmida, tem-se provavelmente uma humidade suficiente, senão adicione água. Se o composto estiver molhado, poderá adicionar serradura, cal ou pequenas pedras de calcário que ajudam a regular o teor de humidade.
O processo de compostagem demora algumas semanas, podendo variar consoante a temperatura e a humidade mantida durante o processo. O composto no final, deve apresentar um aspecto homogéneo e semelhante a terra.

Nota: A compostagem de restos de cozinha requer cuidados especiais, para evitar ratos, insectos e outros animais e maus cheiros. Para tirar o máximo rendimento do composto, este deve ser aplicado no prazo máximo de um ano, período durante o qual mantém as suas qualidades.
Eng.º Óscar Pires

O Sapo...

Nos meses de Primavera há muita actividade no campo:

No pomar há que enxertar pereiras, macieiras, ameixeiras e cerejeiras. Até Maio pode ainda plantar-se citrinos (laranjeiras, limoeiros, tangerineiras, etc.) desde que se tenha em atenção que requerem muita rega. Na vinha é a época de terminar o arranjo das terras (lavrar), de combater o míldio e o oídio e de fazer enxertias.

Por todo o lado há que eliminar a erva que a chuva e a humidade do Inverno ajudaram, e muito, a crescer.

É altura de plantar batatas e couves; de adubar os morangueiros; de regar nos dias mais secos (nunca nas horas de maior calor); de semear abóbora, melão, tomate, nabo, pepino, pimento, ervilha, cebola, girassol.

E não esquecer o importantíssimo papel dos “guardiões da horta”, caso das joaninhas (grandes comedoras de pulgões nocivos) e dos sapos (esse animal considerado feio e que causa tanta repulsa). Tomara todo o hortelão ter um na sua horta ou jardim pois ele alimenta-se de insectos destruidores das culturas, prestando assim um secreto e inestimável serviço de prevenção à saúde dos vegetais, serviço esse absolutamente natural e gratuito.

Os sapos são da família Bufonidae e podem encontrar-se em quase todo o Mundo, pertencendo a cerca de 360 espécies, com tamanhos variáveis de 25 mm a 25 cm. Apesar da variedade de tamanhos e cores, todos têm um aspecto corpulento, pernas curtas, estão cobertos de verrugas e não têm dentes.
Normalmente escondem-se em buracos no solo durante o dia, de onde saem à noite para procurar alimento que capturam com a sua língua comprida e pegajosa.
Adaptam-se aos mais variados habitats: solo, água, árvores, dependendo da espécie. A sua reprodução é feita através da postura de ovos, podendo alguns sapos produzir milhares.

O sapo é um animal associado na crendice popular a maldições, bruxarias e veneno. A sua pele de facto segrega produtos desagradáveis, para sua defesa no caso de ser mordido por outro animal, mas ninguém fica envenenado por tocar num sapo, embora seja aconselhável lavar as mãos depois pois pode provocar uma pequena alergia se as mãos entrarem em contacto com os nossos olhos ou boca. Eu própria já peguei várias vezes em sapos (para observar melhor ou retirar da estrada) e nenhum mal me aconteceu.

São animais fascinantes, pacíficos e habitam este planeta há milhões de anos. É frequente, após uma grande chuvada a seguir a um período de seca, avistar muitos sapos atravessando estradas e campo. Há quem diga até que “choveram sapos”.
Trata-se apenas de um movimento migratório em busca dos locais de reprodução, após um período de hibernação.

Tendo nascido em Lisboa e vivido lá grande parte da minha vida, tive a sorte de ter avós no campo, e um avô que gostava de sapos. Tinha eu cerca de 6/7 anos uma noite, estando já deitada, fui por ele acordada para ver “uma coisa no quintal”. Saímos com uma lanterna e lá estava ele, castanho, gordo, de olhos brilhantes, debaixo das couves. O meu avô explicou-me que era um “ajudante fabuloso” a tratar da horta. Acho que foi a primeira vez que vi um sapo. Desde aí sempre o considerei um animal útil e injustamente maltratado. Espero que, ao escrever este texto, passe a mensagem e que as pessoas comecem a “ver o sapo com outros olhos”. Até porque é um animal sempre presente nas nossas vidas:
Tivemos os sapos dos contos de fadas que, quando eram beijados, se transformavam em príncipes; tivemos o Cocas dos “Marretas” na televisão e hoje temos o portal Sapo na internet.

Termino com um pequeno apontamento extraído do poema “O Sapo” escrito em 1911 pelo poeta Afonso Lopes Vieira e publicado no livro “Animais Nossos Amigos”:

“E ao pobre sapo, que é cheio de amor pela terra amiga, dizem-lhe muitos que é feio e há quem o mate e persiga!
E vendo, à noite, passar o sapo cheio de medo, as flores, para o consolar, chama-lhe lindo, em segredo...”

Ana Isabel Pinto

Ai, piquei-me! Porcaria das urtigas...

Ai, piquei-me! Porcaria das urtigas, nascem em todo o lado!

O que consideramos normalmente uma erva daninha, uma praga, uma erva inútil com a qual evitamos contactos dolorosos, é, no entanto, um precioso elemento que a Natureza tão generosamente nos oferece e que pode ter diversas e muito úteis utilizações.

A erva mais vulgar é o urtigão ou urtiga maior (Urtica dióica), pertencendo à família das urticárias e tendo entre 30 cm e 1,5 m de altura. Cresce bem em terras ricas em azoto e húmus. Já a urtiga branca (Lamium album) é mais pequena, entre 20 e 60 cm de altura, e cresce geralmente em regiões montanhosas.
O urtigão pode ser utilizado na agricultura, como pesticida biológico contra afídeos, ácaros ou míldio. É também um revitalizador de plantas pois é rico em vitaminas e minerais.
O seu nome deriva do latim urere (arder) e as suas folhas e caules, cobertos de pelos minúsculos, têm diversas substâncias tais como o ácido fórmico, que provocam inflamação quando em contacto com a nossa pele.
É muito utilizada na medicina homeopática através de tinturas, pomadas, infusões, podendo até ser cozinhada em sopa como legume. Tem um sabor idêntico ao espinafre. É claro que, cozinhada, a urtiga já não “pica”.
É rica em vitamina C, cálcio, magnésio, potássio e ferro, e por isso utilizada em tratamentos tão diferentes como o combate à anemia, artrite e deficiências renais (através da sua acção diurética e desintoxicante). É anti-hemorrágica, anti-diarreica e purificadora do sangue.
Sendo tónica e anti-alérgica, é também usada para tratar eczemas, asma, febre-dos-fenos e picadas de insectos. No banho alivia úlceras exteriores, gota, e limpa chagas e furúnculos.
Ajuda ainda a regular a menstruação e a estimular a produção de leite materno.
Ainda lhe chama agora erva-daninha?!!!

por Ana Isabel Pinto